Projeto dia da árvore
foi realizado no dia 21 de Setembro de 2012 pela Prof.ª Navas de ciências em parceria com a
Prof.ª Lucenir de Língua Portuguesa e o Prof.º Elmer de Educação Física, onde
os alunos da 1ª série A do Ensino Médio plantaram duas mudas de abacateiros
doadas pela Prof.ª Marli.
Nesse mesmo dia foi
feita a leitura compartilhada do texto: “Crônica de uma árvore angustiada” em
todas as salas nas duas primeiras aulas e foram desenvolvidas atividades, como
produção textual a partir do tema e ilustrações.
Vamos plantar turma!!!
Alunos do 1º ano A plantando o abacateiro.
Mãos na terra.
Turma reunida.
Abacateiro plantado...agora é só cuidar para ele crescer!
Mural de ilustrações do dia da árvore feito pelos alunos do 1ª ano A, junto com a Professora Lucenir.
LEIAM O TEXTO: CRÔNICA DE UMA ÁRVORE ANGUSTIADA
“Quando os homens não olham para a natureza, julgam sempre poder melhorá-la.”
(John Ruskin)
Olhando certos humanos que atravessam displicentemente as ruas desta cidade onde vivo, percebo a maldita indiferença que ambos nutrem por mim. Eu um pobre ser indefeso, uma árvore solitária, centenária, que vive enclausurada na dor, longe de todo aquele ambiente lindo, lírico da qual vivia há décadas passadas. Tempos em que a terra habitava os meus pés; anos em que a chuva jorrava tranqüila o seu liquido mais delicioso… em meus cabelos verdes… em meus pequeninos frutos vermelhos.
Antes a chuva era muito mais abundante e generosa em sua dádivas, além disso, era carinhosa e de um cheiro doce que embriagava a todos os seres naturais ao redor. Hoje a ela é rara e muito diferente destes tempos atrás da qual me refiro. Parece ser apenas um simples molhar desenfreado e sem nenhum tipo de lirismo e paixão, nem cheiro possui mais os pinginhos. Suponho que a natureza se vendeu de vez ao caos em que tudo está inundado, com essa crise ética da humanidade, marcado pelo desrespeito ao meio ambiente. A minha natureza amada da qual sou representante está a sofrer. Pobre de mim!
O calor atual queima os meus frutos, e minha pele já não suporta mais o terror dos mormaços, provenientes dos maus tratos que os homens vêem cometendo com o planeta terra ao longo principalmente destas ultimas décadas. Minhas folhas ressecam facilmente, meu grosso e velho tronco, abruptamente se descasca, se desfragmenta em pedaços mortos, que se espalham pela calçada. Estou num processo initerupto de destruição. Sinto meu fim.
Sou centenária, tenho mais anos de vida do que qualquer humano passante aqui neste momento, nesta rua infeliz, de uma cidade qualquer. E como estes pobres velhos que moram na minha esquina em um asilo imundo, vivo numa solidão absurda, sofrendo em desesperos com a falta de zelo, carinho e amor. No desamparo quase total. Sofro com a indiferença constante até dos animais.
Lembro-me com muito carinho de um cachorrinho, de pêlos brancos e pontos negros na nuca que todos os dias pela manhã bem cedinho vinha me cumprimentar com seu líquido amarelo. Eu me deliciava com sua alegria contínua, com o morno do seu mijar, vendo o seu rabinho balançando devagar em círculos de felicidade. Eu me sentia dono daquele pequeno animal, tão lindinho, e ele com certeza, sentiam-se também dono de mim. Era a comunhão com a natureza. Eu me achava amado naqueles tempos. Hoje, ninguém olha mais para mim. Onde estão os pássaros desta cidade meu Deus? Os canarinhos, as pita-silvas, os simples pardais, e tantos outros que passeavam animados por minhas madeixas verdes, cantando alegremente suas músicas coloridas em meio aos meus pequenos frutos.
Oh que tempos bons eram aqueles! Em que a natureza ainda se manifestava límpida nesse universo urbano, agora uma louca e desumana selva de pedras, cheio de carros, poluição e pessoas indiferentes e mal-educadas. Como eu queria viver novamente, com aquela natureza linda, colorida, ao meu redor, tempos em que eu era apenas uma pequena plantinha, simples e feliz, que crescia delicada numa floresta calma, próxima a uma pequena vila. Eu era feliz e não sabia. Hoje, velha, sofro os descaminhos de uma cidade que não olha nem pra si.
(Texto retirado do site:http://brgaudencio.wordpress.com/2008/11/16/cronica-da-arvore-angustiada)
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